Ao subir no meio fio e se deparar com uma obra no
lote vago ao lado, o rapaz teve um momento de devaneio. Resolveu não se
arriscar muito. Absteve-se das suas obrigações momentâneas e voltou a sua casa.
Ao chegar encontrou a porta semiaberta e não
estranhou o fato. Afinal, esquecer-se destes detalhes é algo normal para sua
mente tão confusa e, além disso, a cidade andara tão tranquila que ele não
temia a violência. Agora mais calmo, ele acessou a internet móvel. Essa era uma
daquelas do tipo mais lenta que uma carroça levando, obviamente, qualquer um a
acessos delirantes de ansiedade e raiva. Gostava de checar e-mail, noticiário e
o “Facebook”.
A rede social era seu ócio e ópio. Navegava suas
atualizações num ritmo frenético. Era viciado na página de uma garota, sua
ex-colega. Devia saber mais novidades da vida dela que da própria. Ela o
ignorava em suas mensagens devido a sua impertinência. Ele admirava a altura do
corpo dela, o andar, os olhos, a voz, quase tudo. Menos as atitudes da menina.
Ela, de fato, era uma patricinha nata. Do gênero que usa de vocábulos/símbolos
“internéticos” inconfundíveis (best, s2, #amooo, etc) e que precisa sair todo
final de semana para ser feliz.
No entanto, nenhum defeito dela o importava, ele
a queria de toda forma, queria possuir seu corpo com desejo incontrolável,
aceitaria conviver e, quem sabe, se tornar um “ #amor” dela perdendo um pouco
da sua própria identidade.
O final dessa crônica poderia ser trágico com um
suicídio, assassinato passional, mas não é. A vida precisa continuar, sem
fossa, sem crimes. Muitas mulheres passaram na vida deste anti-herói. Hoje ele
tem filhos, é casado. Dela nada se sabe. A certeza é que passaram da juventude
e seus corpos vieram se envelhecendo com o tempo. Principalmente, amadureceram
e, hoje, enxergam, com toda certeza, o quão efêmera é a vida.
Bernardo Filgueiras
Bernardo Filgueiras é
natural de Papagaio, Minas Gerais. Autor do livro Poeresia. Gosta de ler, escrever,
cerveja, futebol, filosofia, academia e praticar esportes. É colunista aqui no Cadê Minha Fluoxetina? desde 4 de Junho de 2012.
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Obrigado Emmy, escrevi essa ao som de Faroeste Caboclo... hehehehe Inspira um pouco!
ResponderExcluiradoreeei, Bernardo! bela estreia! \o/ impossível não me ver nessa sua crônica, tem muito de mim aí rs já tô ansiosa pela sua próxima postagem =] nunca vou parar de agradecer pela sua presença aqui <3 beijos, beijos! rs
ResponderExcluirps. juro que eu só li depois de publicar, pra não perder o encanto u_u kkkkkk
ResponderExcluirMuito bem Bernardo! que texto bom de se ler. Quando me deparo com um texto assim, raramente chego ao final, rsrs Mas o seu é impossivel não chegar. Muito bom mesmo...Apesar de que, mesmo de uma forma talvez não muito saudável, enxergo um certo charme no suicídio.
ResponderExcluirObrigado você Kelly e a todos que comentaram.
ResponderExcluirCibele, o suicídio tem seu charme sim, mas ele já foi muito usado em textos (muito bem usado em alguns como Romeu e Julieta, diga-se de passagem) e,por isso, resolvi não cair na mesmice... Mas valeu pelo toque! Até a próxima!
Oi Kelly tudo bem?
ResponderExcluirFiz um meme lá no meu blog e indiquei você :)
Bjs :*
Muito legal o texto. E como é chato essas pessoas que usam #amor ein!
ResponderExcluirParabéns, cara!
ResponderExcluirÓtimo texto! Daqueles que você ler num segundo, por que a escrita agrada.
Ei Bernardo!
ResponderExcluirMuito boa a crônica! Quem nunca "stalkeou" alguém né? HSUHUAHS
Texto ótimo, fácil, rápido e gosto de ler, parabéns ;)
Bjoos'
Lets
Amadurecer, sim. Largar o Facebook, nunca!
ResponderExcluirMeu ócio, meu ópio.
E assim seguimos entrando e saindo das paginas alheias!
Beijosss